sexta-feira, 15 de julho de 2011

EM BUSCA DO MACHADO PERDIDO

   Num domingo pela manhã, após o culto, um homem de aparência bem simples, já avançado em idade, surpreendeu-me com as seguintes palavras: “pastor, eu vim em busca do machado perdido”.

  A princípio, pensei que ele não “regulava bem”, pois seria “quase” impossível que alguém pudesse perder um machado na “igreja”. No entanto, após alguns poucos minutos de boa conversa, tudo se esclareceu.

   Aquele homem havia sido lenhador e membro daquela igreja, décadas atrás, mas se desviara pelos caminhos errantes do mundo.  Agora, arrependido, decidiu voltar à fé cristã e entendeu que deveria recomeçar no mesmo lugar onde havia perdido o seu machado (sua fé compromissada em Cristo). Sem perceber, esse homem havia construído uma linda parábola e uma sublime alegoria no discernimento de sua relação com Deus. 

    Esse fato me fez lembrar a magnífica parábola do filho pródigo registrada no capítulo 15 do Evangelho segundo Lucas. Nela, Jesus apresenta a história de um filho que, arrependido, voltou ao mesmo lugar para recomeçar com o Pai. Jesus, dentre muitas lições nessa parábola, revela que todos os filhos (toda a humanidade), ao retornarem em busca “do machado perdido”, encontrarão o Pai de braços abertos para recebê-los, não só com o perdão para seus pecados, mas, também, com a re/outorga do status de membros da família de Deus, com todos os privilégios e os preparativos de uma belíssima festa na terra e no céu.
  A história da igreja registra que muitos perderam o ministério da reconciliação (o machado) que o Senhor lhes confiou e enveredaram na realização de sonhos pessoais deixando de  sonhar os sonhos de Deus. Lembre-se da história registrada em II Reis 6.1-5: ”E aconteceu que, enquanto um cortava uma árvore, ele deixou cair o machado na água, e clamou, dizendo: Oh meu senhor, ele era emprestado”
       
    Voltar à origem é dever de todo homem. Todos deveriam ir em busca do machado perdido.

Um comentário:

  1. Felizmente, este senhor achou e recuperou o seu 'machado perdido'. Mas, quantos, por aí, perderam o seu machado há muito tempo, que não são capazes de recordar nem de 'quando' nem de 'onde', e se arriscam a encontrar a foice da sega e o pesado machado da Ira de Deus.

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