“O peso que viu
o profeta Habacuque. Até quando, Senhor, clamarei eu, e tu não me escutarás?
Gritar-te-ei: Violência! e não salvarás? Por que razão me mostras a iniquidade,
e me fazes ver a opressão? Pois que a destruição e a violência estão diante de
mim, havendo também quem suscite a contenda e o litígio. Por esta causa a lei
se afrouxa, e a justiça nunca se manifesta; porque o ímpio cerca o justo, e a
justiça se manifesta distorcida.” (Habacuque 1.1-4); “Então o Senhor me respondeu, e disse: Escreve a visão e torna-a bem legível sobre
tábuas, para que a possa ler quem passa correndo. Porque a visão é ainda para o
tempo determinado, mas se apressa para o fim, e não enganará; se tardar,
espera-o, porque certamente virá, não tardará.” (Habacuque
2.2,3)
Habacuque, um profeta menor (escreveu, apenas,
03 capítulos), escreveu esse livro um pouco antes da queda de Nínive (612 a.C.)
ou do cerco a Jerusalém pelos caldeus (605 a.C), inconformado com a sociedade
de seus dias. Cansado de ver sua nação sofrer consequências da corrupção e
distanciamento de Deus, decidiu pedir socorro ao Senhor. O problema daqueles
dias era o enfraquecimento da lei, distorção do direito e a iniquidade
instalada pela repetitividade do pecado. Deus lhe respondeu dizendo que haveria
um tempo de espera, mas o dia da bênção chegaria. Naqueles dias, o povo era temente a Deus,
mas havia uma grande distância entre a fé declarada e a fé praticada. Qualquer
semelhança com o Momento Brasil de hoje não pode ser chamado de mera
coincidência.
O
Momento Brasil de nossos dias não traz surpresas, diria “o realista”, pois, há décadas,
desenha-se um lastro de falcatruas no comportamento da Sociedade Brasileira que
tem se tornado um pesadelo para as pessoas de bem. O instituto da corrupção,
cada vez mais audacioso, passou a integrar o sistema de funcionalidade da vida
pública e privada neste país. Mas, parece que está havendo um despertamento de duma consciência de mudança comportamental de todos, políticos ou não.
O diagnóstico do sistema da corrupção é revoltante
e decepcionante. Mas, pior que revolta e a decepção é a inércia,
acomodação ou conformismo com todo esse lamaçal público e notório. Se não
fizermos como Habacuque; se não clamarmos a Deus contra a corrupção do gênero
humano, estaremos contribuindo para que a nova geração seja ainda pior que a
atual em termos comportamentais. Habacuque perguntou a Deus: até quando? O
inconformismo dava pressa ao clamor por mudança.
Hoje,
vemos o mesmo que Habacuque. Nossa leitura do desgoverno e da corrupção
impregnada nos poderes e na Sociedade, nos leva a entender que é momento de
clamar pelo Brasil e de testemunhar do poder restaurador que só o nome de Jesus
poder operar.
É necessário exigir que todos os governantes, na extensão e profundidade do cargo que ocupam,
cumpram sua função de promover o fim social para o qual foram eleitos ou
constituídos. Chega de mentira, de vantagem pessoal indevida, de enriquecimento
ilícito. O povo, além de não suportar mais isso, percebe que está contaminado
pela “lei de sobrevivência” do jeitinho brasileiro de solucionar suas causas
simples ou complexas. Não dá mais. Basta! Dizem as vozes das ruas.
Nessa
linha, devido a tão acentuado grau de corrupção, que não tem cor e bandeira
partidária, apesar dos destaques estarrecedores dos nossos dias, concluímos que
a solução não está no sistema econômico ou ideologia política, mas
exclusivamente na conversão genuína a Jesus Cristo. Aí, destaca-se o papel da igreja de Jesus Cristo.
Nosso
compromisso com Jesus nos constrange a repelir a mentira, por menos mal que aparente. Devemos repudiar o maléfico
jeitinho brasileiro de resolver as pendências por meio de propinas. Precisamos ser
zelosos no testemunho de nossa fé e viver com alegria, e responsabilidade
social, a materialidade de Cristo em nós, a fim de que a Sociedade veja Cristo
em nós. É nossa colaboração maior nesse momento Brasil.
Finalmente,
nesse Momento Brasil, que sejamos mais missionários fazedores de discípulos, a
começar dentro de nossa própria casa; que alcancemos os que estão à nossa volta,
mais do que com palavras; que compreendamos que o testemunho sempre fala mais
alto, mas, também, tenhamos consciência de que as palavras, quando forem ditas,
devem ser benditas e coerentes com o
viver em Cristo.
O Momento Brasil é muito difícil, mas é quando a nação mais precisa da igreja.
Que estejamos em oração e corajosamente “despertados do meio dos que ainda
dormem”. Isso mesmo, clamor, ousadia, coragem e fidelidade no testemunho.
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